Você sabia que sua alimentação está diretamente relacionada à sua fertilidade?

Engravide • August 19, 2016

É fato que a alimentação saudável está diretamente relacionada à saúde. Ingerir bons alimentos, de fontes confiáveis, in natura e variadamente ajuda a prevenir, melhorar e até curar várias patologias. Vários estudos relacionam a mudança de hábitos alimentares e o incremento da fertilidade.

Um estudo publicado pela Fertility and Sterility, relaciona a gordura do leite com o aumento da qualidade embrionária, contrariando a orientação de consumo de produtos lácteos desnatados.


Outra pesquisa feita pelo Journal of Human Reproduction mostrou que mulheres que ingerem uma maior quantidade de ômega-3, substância encontrada em peixes de águas frias e profundas, como o salmão e a sardinha, têm 22% menos risco de desenvolver a endometriose, doença que pode inviabilizar uma gravidez.


Por outro lado, é preciso tomar cuidado com a quantidade de carne e frango consumida diariamente, já que a alta concentração de hormônios encontrada nos animais pode causar uma alteração nos hormônios humanos. Por isso, sempre que possível, dê prioridade aos alimentos orgânicos. “Há vários estudos associando o consumo exagerado de proteínas animais a falhas na produção de óvulos”, comenta a nutricionista Marisa Resende Coutinho, do Hospital São Camilo (SP).


Dê preferência ainda a proteínas vegetais, como frutas e legumes, que são ricas em vitaminas e minerais. Também devem compor as refeições os alimentos com gordura de boa qualidade, como as encontradas em frutas secas, azeite e alimentos integrais – mas sempre de forma moderada e sem exageros.


O ácido fólico, uma vitamina do complexo B, também é fundamental e deve ser ingerido na forma de suplemento – se possível desde 3 meses antes de engravidar até completar o primeiro trimestre de gestação – já que ele ajuda na formação do tubo neural do bebê, estrutura que dá origem ao cérebro e à medula espinhal do feto. Ele pode ser encontrado em alimentos como espinafre, brócolis, vegetais de folhas verde-escuras, gema de ovo e frutas cítricas.


Um estudo da Harvard Public School of Health analisou o esperma de homens que consumiam diariamente uma grande quantidade de carne processada, como bacon e linguiça. O resultado mostrou que eles têm um esperma de pior qualidade se comparados aos homens que mantinham em sua dieta uma variedade maior de carnes.



Fatores externos, como a poluição e o nervosismo do dia a dia, também representam ameaça à capacidade reprodutiva masculina. Eles podem levar ao chamado “estresse oxidativo”, um processo de oxidação no organismo que está por trás da infertilidade. Alimentos com antioxidantes, como as vitaminas B e E, selênio e zinco, neutralizam esse processo. Eles estão presentes em nozes, amendoim, brócolis, frutos do mar, laranja, couve-flor, abóbora, alho, cogumelos e fígado que, portanto, são importantes para os futuros pais, já que auxiliam na preservação das células reprodutivas.

Outras fontes: Revista Crescer, Alexandra Savino e Maria Cláudia Gomes dos Santos, responsáveis pelo Serviço de Nutrição da unidade Morumbi do Hospital São Luiz (SP).

Esse conteúdo foi útil para você?

Compartilhe com seus amigos

Queremos saber sua opinião!

Deixe um comentário

Não deixe de aprender.

Confira artigos semelhantes

By Engravide May 3, 2018
Por Renata de Camargo Menezes, médica, especialista em medicina reprodutiva, diretora da Engravide e membro das Sociedade Brasileira de Reprodução Humana e de Reprodução Assistida. Enormes avanços foram obtidos mundialmente no campo da reprodução humana assistida nessa última década, uma vez que a ciência voltou seus olhos para o crescente número de pacientes com algum grau de infertilidade, ônus da vida moderna. O Brasil, graças ao empenho de excelentes profissionais que além de importar conhecimentos e tecnologia nos melhores centros de reprodução assistida do mundo também investiu em pesquisas, acompanhou esses avanços e está pareado com as abordagens mais atuais da medicina nesta área. No campo da ciência, a vitrificação de embriões (técnica específica de congelamento), cuja aplicação se consolidou nos anos de 2007 e 2008, permitiu uma taxa de sobrevivência de embriões de mais de 95%, muito superior às melhores taxas obtidas com a antiga técnica utilizada. Também foi possível, a partir de então, congelar óvulos e tecidos germinativos, viabilizando a preservação da fertilidade e o adiamento da gestação, especialmente importante para as pacientes com câncer, cujos tratamentos podem reduzir ou acabar com a reserva biológica dos gametas (óvulos e espermatozoides). Outro avanço ocorreu no campo da embriologia. Tendo em vista o boom de gestações múltiplas nos anos 90 e seu impacto negativo na morbimortalidade materno-infantil, aprimorou-se os estudos sobre anatomia dos gametas e dos embriões, sendo possível refinar a seleção embrionária. Desta forma, o número de embriões transferidos reduziu para um a no máximo dois, e apenas em casos extraordinários, três. Essa conquista permitiu reduzir significativamente o número de gestações multi-gemelares, sem reduzir as taxas de sucesso do tratamento. A genética também contribuiu significativamente, melhorando as técnicas de rastreamento de muitas das possíveis alterações do complexo genômico embrionário relacionados com falhas de implantação. Bem como os estudos na área da imunologia reprodutiva, direcionados em conhecer melhor o microbioma uterino e o “diálogo” celular existente entre o corpo materno, o embrião e o endométrio. O transplante uterino sem dúvida abriu novas perspectivas àquelas pacientes com infertilidade por fator uterino grave, tendo nascido o primeiro bebê após essa técnica, com doadora viva, em dezembro de 2017, em Dallas no Texas. Na mesma época, a equipe de transplantes de útero do Hospital das Clínicas de São Paulo, que já realiza esse tipo de cirurgia desde 2016, anunciou a primeira gestação em útero de doadora morta. O cientista norte-americano Richard Paulson, presidente da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, afirma ainda que em um futuro breve, o refino desta técnica também permitirá o transplante uterino em mulheres transgênero, o que com certeza sacudirá todas as esferas da sociedade, consolidando de vez a possibilidade de novas formas de construção familiar biológica. No Brasil, em novembro de 2017, o Conselho Federal de Medicina, acompanhando os avanços tecnológicos e respeitando os novos comportamentos sociais, promoveu mudanças importantes nas regras de reprodução assistida, tornando-se esta última resolução um marco na história da reprodução humana no Brasil. Dentre os destaques está a permissão para a realização de procedimentos com material biológico criopreservado (conservado sob condições de baixíssimas temperaturas) após a morte, e a possibilidade de mais pessoas se beneficiarem com as técnicas, independente do estado civil ou orientação sexual. Proíbe o uso indiscriminado de técnicas genéticas para escolha de sexo e de quaisquer outras mudanças embrionárias, exceto se visarem eliminar o risco de transmissão de doença para a prole. Ainda libera a doação altruísta de óvulos, não vinculada mais à necessidade da doação compartilhada. Ou seja, a doação de óvulos não precisa mais envolver duas pacientes em tratamento compartilhando-os, desde que a doação não envolva trocas financeiras. Por fim, ainda que tenhamos avançado tecnologicamente, no Brasil, a reprodução assistida não está acessível para a maioria da população, que não dispõe de recursos financeiros para arcar com os custos sabidamente altos que envolve o processo de tratamento e cuja demanda reprimida não pode ser absorvida, uma vez que os recursos destinados são escassos, muito embora seja um direito garantido na lei do planejamento familiar de 1996, número 9263, que prevê para o cidadão direitos reprodutivos amplos no âmbito do SUS, tanto para a limitação quanto para o aumento da prole, pela mulher, homem ou casal. Fontes para consulta: Conselho Federal de Medicina Sociedade Brasileira de Reprodução Humana Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva Physis, Revista de Saúde Coletiva, 25(3), 753-777, 2015 Folha de São Paulo, 19/12/2017 Revista Veja, edição de 09/11/2017
By Engravide August 16, 2016
O Elonva é uma injeção única que vem recentemente sendo utilizada para tratamentos em reprodução assistida, para estimulação controlada dos ovários, com dose equivalente a sete dias de medicação, evitando as aplicações diárias neste período. Produzida por meio de tecnologia de DNA recombinante, possui uma ação prolongada no organismo, substituindo os outros indutores de ovulação com meia vida mais curta. É utilizada em mulheres submetidas a tratamentos de infertilidade que necessitam de estimulação ovariana para o desenvolvimento de mais do que um óvulo maduro de cada vez nos ovários. As mulheres que pesam 60 kg ou menos devem receber uma dose de 100 microgramas, ao passo que as mulheres que pesam mais de 60 kg devem receber uma dose de 150 microgramas. A paciente ou o seu parceiro podem realizar a aplicação da injeção no caso de terem recebido as instruções adequadas Quatro ou cinco dias após a injeção do Elonva, dependendo da resposta dos ovários, inicia-se o tratamento com um antagonista da GnRH, que impede uma liberação prematura dos óvulos pelos ovários. Sete dias após a injeção do Elonva, pode ser necessária uma estimulação ovariana adicional a ser complementada com injeções diárias de outro indutor ovariano (FSH/LH recombinante). Por último, logo que três óvulos ou mais estejam próximos da maturação, é administrada uma única injeção de um hormônio chamado gonadotrofina coriônica (hCG) para a coleta desses gametas.
Share by: